A água da cachoeira envolvia Bruna e Jae-Hyun como um véu líquido, refrescando a pele aquecida pelo sol que, filtrado pelas copas altas, pintava o cenário com manchas móveis de luz dourada e sombras profundas. O som do fluxo contínuo da água formava uma espécie de trilha sonora íntima, abafando o mundo além daquela clareira escondida.
Bruna deslizou pela piscina natural, o corpo submerso até os ombros, movendo-se com a leveza de quem queria fugir, mas não conseguia.
Jae-Hyun a seguia, a poucos metros, com movimentos tranquilos, os olhos fixos nela — não com a pressa de quem persegue, mas com a atenção concentrada de quem observa, absorve e deseja.
Bruna passou os dedos pelos cabelos molhados, afastando-os do rosto, e olhou por sobre o ombro. Encontrou o olhar dele, escuro e intenso, tão diferente do riso contido e dos gestos cuidadosos que ele costumava exibir no restaurante, entre as tábuas de sashimi e os copos de saquê.