Naquela noite, enquanto caminhava de volta à pousada, Bruna sentia o corpo mais leve, como se cada passo aliviasse um peso antigo que carregava, muitas vezes sem perceber. O tecido de linho da camisa de Jae-Hyun ainda repousava sobre seus ombros, aquecendo-a mais do que a brisa morna poderia fazer, envolvendo-a num aroma discreto de sal, madeira e algo que ela só poderia definir como ele.

Os olhos dela ardiam um pouco, talvez pelo vento, talvez pela força silenciosa daquela entrega mútua — não dos corpos, mas das histórias, dos pedaços quebrados que haviam se permitido mostrar um ao outro.

Enquanto subia devagar a escadaria de madeira que levava ao quarto, a vila toda parecia envolta em um silêncio cúmplice, interrompido apenas pelo sussurro distante das ondas e o crepitar ocasional das lanternas que balançavam com o vento.

Sentou-se na varanda, deixando que o olhar se perdesse na escuridão adiante, onde apenas a silhueta recortada das palmeiras era v