onde há cinzas

Selena acordou com o som da floresta respirando.

Lenta. Viva. Carregada de prenúncios.

O cheiro de terra úmida misturado ao aroma de pinho queimado invadia o interior da cabana. A cama ainda trazia vestígios do calor do corpo de Rurik — ele havia saído há pouco. Mas sua ausência não era vazia. Era pulsante, como se o vínculo entre eles mantivesse o ar vibrando com a presença dele.

Ela se sentou devagar. As dores no corpo eram mais do que físicas. Era como se tivesse sido rasgada de dentro pra fora por verdades que o tempo insistiu em esconder. Mas agora, não havia mais véus. Apenas cinzas do que ela achava ser.

E sobre as cinzas... renascem as feiticeiras.

Ela se vestiu em silêncio, sentindo a energia correr sob a pele como fios elétricos prestes a explodir. Seu sangue pulsava diferente. Mais denso. Quente. Algo nela havia mudado — e não era só mágica. Era o despertar de algo mais antigo que a própria lua.

Ao sair da cabana, encontrou Rurik parado diante da mata. De costas. Nu até a c
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