O silêncio no território de Rurik era incômodo.
Ele havia retornado sozinho, nu, com marcas frescas no peito e o cheiro da bruxa impregnado em cada poro.
Não pediu permissão.
Não pediu explicações.
E não ofereceu nenhuma.
Os olhos dos lobos o seguiram com a fome de quem desejava desafio, mas sabiam que não tinham chance.
Não com as runas.
Não com o Elo queimando sob a pele.
Ele atravessou o acampamento como um rei ancestral voltando da guerra — sujo, marcado e inquestionável.
Mas nem todos se curvaram em silêncio.
— Trouxe o inimigo pra dentro — disse Árdan, o segundo em comando, os braços cruzados, a mandíbula dura.
Rurik parou. Virou devagar, como um predador interrompido no meio da refeição.
— Você vai me dizer o que é inimigo, agora?
Árdan não baixou os olhos.
— Bruxas mataram os seus. Você esqueceu disso?
Rurik avançou um passo.
Árdan sustentou.
Erro fatal.
— Ela não matou ninguém.
— Ela é sangue Hollow.
— E você é sangue Cael — retrucou Rurik, com o tom de ameaça escorrendo pela