O sol nascente tingia o céu de cinza e dourado quando chegaram ao coven.
O ar carregado denunciava que algo havia mudado. As bruxas sentiam. A floresta sussurrava. Os animais se calavam ao ver Rurik atravessando os limites sagrados como se os próprios deuses o permitissem.
Ninguém ousou pará-lo.
Selena andava ao lado dele com o queixo erguido, o cabelo bagunçado, os lábios ainda marcados. O cheiro de sexo e magia envolvia os dois como um aviso — ou uma ameaça.
Na clareira central, Mirka os esperava. A líder do coven, velha como as montanhas, com olhos de cinza e dedos que nunca tremiam.
— Vocês cruzaram o limite — disse, a voz como vento entre pedras.
— Cruzamos uma linha que já havia sido traçada antes de nascermos — respondeu Selena.
Mirka a encarou por longos segundos.
— Ele é o Elo. E você… está selada.
Selena assentiu.
Rurik manteve o olhar cravado na anciã.
— Se isso for um problema, diga agora.
— É um problema — ela disse, seca. — Porque o mundo não está pronto para o que vocês