Ela estendeu a tigela na minha direção. Hesitei um pouco, mas coloquei minhas mãos sobre as dela.
— Fecha os olhos — ela instruiu, suavemente.
Fechei.
— Agora pensa nele. No que você quer saber. No que precisa entender.
Respirei fundo e deixei as imagens virem: meu pai. Seu rosto endurecido. A adaga desaparecida. Minha mãe, diante da fogueira, me olhando como se carregasse todo o peso do mundo nos ombros.
Eu precisava da verdade. De todas as verdades.
Senti uma leve vibração sob meus dedos, como se o próprio ar dentro da tigela tremesse.
— Isso — Gabi murmurou. — Continua.
Me concentrei mais. Vi flashes do que tínhamos passado: a viagem até Talos, o choque, a raiva de Alex, o olhar de Lord. O riso de Gabi, mesmo nos piores momentos. O abraço da minha mãe. O calor do moletom de Alex. A certeza de que eu não estava mais sozinha.
A tigela começou a brilhar com uma luz pálida, dourada.
Gabi abriu os olhos primeiro e sorriu.
— Tá pronto.
— Uau — soltei, abrindo os olhos devagar. — Isso foi