O céu já escurecia quando me afastei da casa. Caminhei em silêncio até o limite da clareira, onde a floresta começava a se tornar mais densa. O ar estava fresco, e o som dos galhos balançando nas árvores era a única coisa que me fazia companhia. Sabia que Gabriele me esperava ali, como tinha prometido. Ela sempre dizia que conversar embaixo das estrelas fazia a magia dela fluir melhor.
— Achei que fosse me deixar esperando a noite inteira — disse ela quando me aproximei.
Estava sentada sobre uma pedra coberta de musgo, com as pernas cruzadas, brincando com um pequeno galho entre os dedos. O cabelo ruivo solto brilhava sob a luz da lua, e seus olhos claros me encararam com aquela vivacidade que só a Gabriele tinha.
— Eu precisava de um momento sozinha antes de vir — murmurei, me sentando ao lado dela.
— É, dá pra ver. Está com a energia meio caótica — ela ergueu uma sobrancelha, divertida, e logo em seguida ficou mais séria. — Como estão suas marcas?
— Estão normais… quer dizer, um pou