Sangue Antigo, Sangue Novo
A noite caiu com um silĂȘncio carregado, como se o prĂłprio mundo prendesse a respiração. EstĂĄvamos todos reunidos no salĂŁo principal â eu, Marco, Rafael, LĂșcia, Kaled, e alguns dos guerreiros mais antigos da alcatĂ©ia. Os vitrais deixavam passar apenas a luz pĂĄlida da lua cheia, que escorria pelas paredes como um pressĂĄgio.
No centro da mesa longa de madeira, mapas antigos e manuscritos estavam espalhados. Alguns eram tĂŁo velhos que suas bordas se desfaziam ao toque. Um deles trazia o sĂmbolo de Atrael â um cĂrculo envolto em espinhos, com um lobo negro sangrando no centro.
â Isso Ă© mais do que uma ameaça espiritual â disse LĂșcia, os olhos fixos nos textos antigos. â Ă uma força que se alimenta do desequilĂbrio. E nĂŁo hĂĄ desequilĂbrio maior do que uma loba marcada se unindo a dois alfas.
Marco cerrou os punhos. Rafael, por outro lado, permaneceu calmo, observando-me.
â Ele nos teme â disse o Supremo. â E nĂŁo porque somos fortes separadamente. Mas porque, junto