Marca Que Queima
A noite caiu densa, como um véu de silêncio e sombra cobrindo a clareira da floresta. O vento carregava o perfume da terra molhada, das folhas antigas e do mistério que pairava entre os galhos retorcidos das árvores centenárias. Eu podia ouvir o bater do meu coração, frenético, como se procurasse uma resposta que nem mesmo a lua ousava revelar.
Rafael estava diante de mim. Seus olhos verdes ardiam como brasas encantadas, mas não havia ameaça ali — apenas um tipo raro de paciência, um cuidado que me envolvia como se ele soubesse exatamente o que eu precisava antes mesmo que eu soubesse.
Ele não me tocava, mas minha pele já tremia pela proximidade.
— Alice... — sua voz era baixa, rouca, cheia de peso e desejo contido. — Eu preciso te mostrar quem você realmente é. Está pronta para sentir?
Meu lobo interior, Selene, respondeu antes de mim, rosnando em excitação. Eu estava entre dois mundos: o da dor da rejeição que ainda queimava na lembrança do Alfa, e o da promessa de