Raízes Que Gritam
Acordei com o som de folhas sussurrando.
Não era o vento.
Era um sussurro real, como uma prece sendo murmurada por bocas invisíveis.
Meu corpo inteiro formigava.
Selyra estava alerta.
Mas estranhamente… silenciosa.
Levantei sem pensar.
Me vesti com uma túnica leve, pés descalços sobre o chão frio de pedra.
A mansão ainda dormia.
Marco no extremo leste, Rafael nas câmaras do Conselho.
E eu…
seguia a única coisa que ainda me guiava com certeza:
A floresta.
Passei pelos corredores antigos sem acender as luzes.
As pinturas me observavam.
As paredes pareciam mais estreitas.
A casa… sussurrava também.
Quando saí pela porta principal, a lua ainda estava no céu.
Cheia.
Silenciosa.
Mas com um brilho rubro ao redor.
Como se chorasse.
Caminhei até a trilha do sul, a que levava às Montanhas Ocultas.
Ali, onde os lobos mais antigos faziam seus rituais.
Onde as raízes são tão densas que é preciso se despir para caber entre elas.
A floresta me engoliu.
Meus pés tocavam a terra como