O Chamado da Sombra
O uivo ecoou antes mesmo que eu abrisse a boca.
Foi Selyra.
Pela primeira vez, sem meu comando.
Ela havia sentido.
Visto.
Pressentido.
E a resposta veio como trovĂŁo.
TrĂȘs uivos.
De direçÔes diferentes.
Potentes.
Desafiadores.
As matilhas estavam ouvindo.
â VocĂȘ tem certeza disso? â Rafael perguntou, observando o mapa antigo estendido sobre a mesa da biblioteca. â Convocar as matilhas nĂŁo Ă© sĂł um ato polĂtico.
à uma provocação.
â Elas precisam saber que a filha da Lua Nova retornou.
E que nĂŁo se esconderĂĄ.
Marco se aproximou em silĂȘncio, mas seus olhos estavam carregados de preocupação.
â Muitos nĂŁo acreditam nas lendas.
Outros⊠temem que sejam verdadeiras demais.
â E por isso precisam me ver â respondi.
â Me ouvir.
E decidir se me seguem⊠ou se tentam me matar.
â E se for a segunda opção? â perguntou Rafael, com a voz tensa.
â EntĂŁo saberĂŁo que eu nĂŁo sangro como elas esperam.
A clareira do Conselho era um lugar ancestral, escondido entre duas montanhas.
Ali, os al