Sob o Julgamento da Alcateia
A madrugada parecia mais densa, como se a prĂłpria floresta tivesse se fechado ao nosso redor, guardando em silĂȘncio o pacto que havia sido selado sob a lua. O eco dos uivos ainda vibrava em meu corpo, e cada pulsar do meu coração lembrava que nĂŁo havia retorno.
Marco caminhava alguns passos Ă frente, os ombros tensos, a respiração pesada, como se ainda estivesse tentando digerir o que acabara de acontecer. Rafael, por sua vez, mantinha-se ao meu lado, os olhos verdes atentos a cada sombra, cada som que a floresta nos oferecia. Ele parecia em paz, mas eu podia sentir â atrĂĄs daquele semblante calmo havia uma tempestade aguardando o momento certo para se revelar.
E eu? Eu estava dividida entre o peso da realidade e o prazer ainda latejante em minha pele. Cada lembrança do toque deles incendiava minha memĂłria, mas junto vinha o pressentimento de que o que havĂamos feito nĂŁo passaria despercebido.
A alcateia.
Eles iriam saber. Mais cedo ou mais tarde, todos ir