O TriĂąngulo da Lua
O uivo que escapou da minha garganta ecoou pela floresta como um chamado sagrado. Era o som de Selene, livre, viva, ardendo em mim com uma fĂșria que eu jamais poderia ter contido. A lua respondeu, iluminando-nos com um brilho mais intenso, quase como se tivesse inclinado seu rosto prateado apenas para nos observar.
Marco e Rafael me encaravam, ambos tomados por seus lobos, ambos divididos entre a luta e o desejo. Korran, dourado e flamejante, rugia em silĂȘncio dentro dos olhos de Marco, exigindo posse, territĂłrio, amor que antes fora rejeitado. JĂĄ Zahor, em Rafael, era sombra e mistĂ©rio, pulsando como um abismo sedutor que prometia me envolver atĂ© o Ășltimo sopro de ar.
Eu estava entre eles, e pela primeira vez não havia medo. Apenas a certeza de que eu não pertencia a um ou a outro. Eu pertencia à lua, e por isso ambos me pertenciam também.
â NĂŁo lute contra isso, Marco. â Rafael murmurou, sua voz grave como trovĂŁo distante. â A prĂłpria lua a marcou para nĂłs.
â Eu n