Sob o Julgamento da Lua
A noite caiu com um silĂȘncio estranho.
NĂŁo era a calma depois da guerra, mas uma pausa tensa â como o instante antes do trovĂŁo. A floresta, embora liberta do canal de Atrael, ainda guardava marcas do que acontecera. Ărvores queimadas. Terra marcada com runas negras. Sangue misturado Ă raiz.
Mas acima de tudo isso, a Lua estava cheia.
Radiante.
Imponente.
Ela nos observava.
NĂłs trĂȘs estĂĄvamos diante da clareira. Eu, Marco e Rafael. Ainda cobertos de poeira, com as roupas rasgadas, os corpos marcados pela batalha que quase nos matou. Mas nossos olhos... nĂŁo abaixavam mais.
â âEla estĂĄ nos chamando,â sussurrei, sentindo Lunara se agitar dentro de mim.
Marco, de pĂ© ao meu lado, assentiu. â âA Lua quer respostas.â
Rafael deu um passo Ă frente. Os olhos verdes refletiam a luz da deusa prateada com uma clareza sobrenatural. â âOu talvez... ela queira nos julgar.â
O ar ficou mais denso.
Sem que eu percebesse, a clareira se iluminou com um brilho prateado. O chĂŁo brilho