O Beijo da Alma
A noite havia caĂdo como um vĂ©u bordado de estrelas sobre a floresta encantada. O ar estava impregnado de magia, de tensĂŁo, de um desejo latente que circulava entre nossas peles como eletricidade prestes a incendiar. O silĂȘncio era quase absoluto, exceto pelo som das folhas se movendo lentamente ao toque da brisa e pelo pulsar acelerado do meu coração.
Marco estava ali, diante de mim, olhos cravados nos meus como se me lesse por dentro. Seu lobo, Korran, rugia silencioso em sua alma, inquieto, poderoso, faminto por algo que ele mesmo mal sabia nomear. Mas eu sabia. Era por mim. Pela nossa conexĂŁo.
â VocĂȘ sente isso? â sussurrei, como se temesse quebrar o feitiço que nos envolvia. â Como se algo antigo e indomĂĄvel chamasse por nĂłs?
Marco assentiu lentamente, aproximando-se um passo, depois outro. A luz da lua o banhava em um brilho prateado, delineando seus ombros largos, a mandĂbula forte, os olhos escuros agora tingidos por um dourado sobrenatural.
â Sinto vocĂȘ. Mesmo