🌑 Capítulo 56

Vozes no Sangue

O luto tomou a mansão como um veneno lento.

Darian fora queimado ao nascer do sol, como é costume entre os de sangue nobre.

Seu corpo envolto em peles lunares, os olhos fechados com prata, a boca selada com juramento.

Maelis não disse uma palavra.

Apenas permaneceu ajoelhada até a última chama consumir os ossos.

Kael ficou ao meu lado, o punho cerrado, os olhos vermelhos.

Mas não de choro.

De fúria.

— Foi Rafael — ele disse. — Você viu.

— Eu vi… ele junto ao vinho.

— E mesmo assim não o confrontou?

— Ainda não.

— Por quê?

— Porque preciso de provas, Kael.

E porque… se for verdade, ele não agiu sozinho.

Kael virou o rosto.

— Eu vou matá-lo se for.

— Não será você.

Será eu.

Naquela noite, o santuário da mansão pareceu mais frio.

Mesmo com as lareiras acesas e os incensos queimando, o ar era pesado.

Toquei os espelhos, mas eles recusaram mostrar.

Como se as visões tivessem se fechado.

Selyra sussurrou dentro de mim:

> “A prata se esconde quando a verdade sangra.”

Entrei n
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