Ecos de Sangue na Floresta
O sol ainda nĂŁo havia nascido quando saĂ para a varanda da mansĂŁo. O vento frio da madrugada percorria minha pele, arrepiando cada centĂmetro de mim, como se a floresta inteira estivesse tentando me avisar de algo. O sonho ainda queimava em minha mente, nĂtido demais para ser descartado como ilusĂŁo: olhos vermelhos, uivos distorcidos, e aquela voz feminina, cruel, que prometia sangue.
AtrĂĄs de mim, ouvi passos pesados. Marco. Seu cheiro quente de madeira queimada e terra molhada chegou antes de suas mĂŁos fortes pousarem em minha cintura. Por um instante, fechei os olhos, deixando-me envolver pelo calor dele.
â VocĂȘ nĂŁo dormiu â disse, sua voz rouca ainda marcada pela noite anterior.
â Dormi o suficiente para sonhar. â Respondi, apoiando minhas mĂŁos sobre as dele. â E nĂŁo foi um sonho bom.
Ele me virou de frente, suas sobrancelhas franzidas, os olhos escuros como tempestade. â Me diga.
Respirei fundo. â Havia algo na floresta, Marco. Algo alĂ©m de nĂłs. TrĂȘs lo