Mas, apesar do desconforto físico, a mente de Kalel estava em paz. Por uma noite, ele havia conseguido se desconectar completamente de sua vida real, de seu império, de suas responsabilidades e de sua amargura. Ele não era o herdeiro, era apenas Kalel, o turista desastrado de bermuda e chinelo, que havia conhecido uma mulher fascinante e se entregado a uma aventura inesperada.
O cansaço físico e a liberdade mental o envolveram. Em poucos minutos, ele mergulhou em um sono profundo e com sonhos aleatórios, sem se importar com a avalanche de problemas que o aguardava no dia seguinte. Por uma noite, Kalel foi apenas isso: livre, despreocupado e, pela primeira vez em muito tempo, genuinamente feliz.
Na manhã seguinte, Kalel despertou antes do sol alcançar a sala, sentindo a rigidez do sofá no corpo, mas com uma leveza inesperada na alma. O cheiro da maresia e o canto dos pássaros substituíam os alarmes estridentes e as chamadas de vídeo que marcavam o início de seus dias em São Paulo. Ele