Kael havia passado o dia no limite, pensando em seu trabalho. A raiva borbulhava em seu peito, um caldeirão de frustração com a falta de controle sobre a situação, com o dedo roxo, com a sujeira e com o cheiro de suor que grudava em sua pele e em suas roupas de "turista".Ele tentara incessantemente encontrar um ponto para o celular, andara quilômetros pela ilha, subindo e descendo ruas, erguendo o aparelho no ar como se isso magicamente atraísse um sinal, mas nada. O silêncio da rede era um lembrete constante de sua impotência.Agora, ali, no pagode, ele estava em seu inferno particular. O ar pesado com o cheiro de maresia e suor alheio, a música que ele considerava um ruído irritante e, para piorar, começou a tocar funk altíssimo, a profusão de insetos que zumbiam ao seu redor, atraídos pelas luzes. Ele segurava um copo de cerveja que comprou com o dinheiro do motorista, que ficou um pouco lá e o deixou sozinho curtindo a noite, que bebia em goles amargos, odiando cada minuto, cada
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