A tarde caía sobre Liberdade quando Eiran recebeu o comunicado.
Três representantes da Organização Bohr haviam chegado ao Brasil para “formalizar alianças”.
O termo usado na mensagem era polido, mas o conteúdo, direto: casamento diplomático entre as linhagens Bohr e Voss.
Leu a mensagem uma vez. Depois outra.
O sorriso permaneceu o mesmo; já os olhos — frios, inexpressivos — pareciam medir algo além das palavras.
“Eles se moveram mais rápido do que eu esperava.”
Não contou a Yaskara.
Antes, quis confirmar se ela já sabia. Observou-a de longe no fim da tarde — treinando alunos, concentrada, alheia à reunião que decidiria o destino dela. Nada em sua postura sugeria conhecimento.
Claro que não sabia.
A Organização nunca pede permissão. Apenas comunica ordens.
Ajeitou o paletó escuro, passou a mão no cabelo num gesto preguiçoso e colocou os óculos com calma.
O sorriso veio depois — leve, irônico.
“Hora de brincar de diplomata.”
E saiu.
O salão do Clã Voss era simples e amplo, iluminado ap