Começaram as férias escolares.
Os alunos voltaram para suas casas, animados para passar quinze dias com suas famílias.
A escola, antes repleta de vozes e passos apressados, agora respirava um silêncio raro.
Quase todos haviam viajado — exceto alguns em missões especiais e os que moravam longe demais, que permaneceram na escola durante o recesso.
Voss se espreguiçou na sala vazia, os braços apoiados atrás da cabeça, observando o sol da tarde atravessar as janelas.
O silêncio o agradava. Nenhum aluno correndo pelos corredores, nenhum bilhete misterioso, nenhum olhar curioso o seguindo.
Era, em teoria, o cenário perfeito.
Em teoria.
Nos dias seguintes, ele disfarçou a curiosidade com rotina — revisou relatórios, treinou magias, testou ajustes em barreiras antigas, dormiu tarde.
Fazia tudo como sempre, mas o ritmo parecia ensaiado demais, quase automático.
A mente, por mais que tentasse focar, insistia em vagar.
Em um desses momentos, um som familiar rompeu o silêncio.
O leve toque de sal