I. O Encanto
O dia seguinte amanhecera morno, com pequenas rufadas de vento trazendo o perfume de flores e o frescor da grama recém-cortada. O sol filtrava-se entre as copas das árvores, tingindo o jardim com tons dourados.
Já havia passado do horário do almoço, e Voss não a encontrou nem na cafeteria, nem pelos corredores. Curioso, decidiu atravessar o jardim — e então a viu.
Yaskara estava deitada sobre uma manta, à sombra de uma grande árvore. Dormia profundamente, o corpo tão relaxado que mal deixava transparecer qualquer vibração de sua Vontade Etérea, com um livro aberto repousando sobre o peito.
O vestido de algodão cru que usava era leve, de mangas três-quartos e decote em “U”, simples e elegante, acompanhado por sapatilhas discretas.
Uma mecha de cabelo loiro repousava sobre seus lábios, movendo-se suavemente com o vento.
A cena inteira parecia saída de uma lembrança calma demais para pertencer a alguém como Yaskara.
Voss parou a poucos passos, observando-a com um raro ar de