Eu estava ali, satisfeita com o meu feito — tinha domado a fera com um café da manhã colorido e feito florescer um jardim onde só havia concreto. Já pensava comigo mesma que, se me deixassem, eu ainda instalaria uma fonte com peixinhos dourados na varanda do doutor Luccero. Aquele escritório precisava de música, de movimento, de vida.
Foi quando a porta se abriu.Um homem entrou. Alto, tão grande quanto o meu chefe, e com uma postura impecável. Sua voz firme ecoou no ambiente:— Bom dia, senhorita. Bom dia, senhor. Gostaria de falar com o doutor Luccero.Eu me levantei da minha mesa imediatamente, sorrindo com a cordialidade que aprendi desde cedo.— Quem gostaria, por favor?— Vittorio Bellini.O nome me fez piscar mais rápido, mas mantive a compostura.— O senhor aceita um café, uma água? Se quiser, pode se sentar enquanto eu aviso ao doutor Luccero. Ele acabou de chegar e acredito que esteja numa videoconferê