O ateliê de Chiara resplandecia em luxo.
As luzes brancas refletiam nos espelhos de moldura dourada, multiplicando sua imagem em dezenas de ângulos.
O som dos cliques das câmeras e o burburinho das assistentes criavam um ritmo quase hipnótico.
Vestida em um de seus modelos exclusivos — um vestido branco com cristais aplicados à mão, que representava a perfeição que ela insistia em vender ao mundo — Chiara girava lentamente diante do fotógrafo principal. “
— Lindo, Chiara, maravilhoso!” exclamou o fotógrafo. “— Mais um giro, segure o olhar, isso!” Ela sorriu, confiante, reafirmando seu status de mulher que transformou seu nome em marca. Nada nem ninguém parecia capaz de abalar a imagem da estilista mais comentada do país.
Então, o estalo seco da porta do ateliê quebrou o silêncio, fazendo o fotógrafo baixar a câmera. “— O que está acontecendo?” perguntou a assistente, apressando-se até a entrada.
Dois policiais fardados, acompanhados de