O relógio marcava dez horas da manhã quando o mandado de busca foi expedido. Lorenzo Fabbri, o delegado encarregado do caso, assinou os documentos com a seriedade de quem compreendia o peso de cada palavra. — Sigam o protocolo.
Nada de alarde — ordenou aos dois inspetores ao seu lado, sua voz firme e autoritária como se cada frase fosse um comando. — A suspeita ainda não foi informada, vamos agir em silêncio.
A viatura descaracterizada estacionou discretamente em frente ao elegante edifício residencial onde, de acordo com os registros, Chiara mantinha seu antigo loft.
A fachada era imponente, adornada com colunas de mármore e jardins bem cuidados — um endereço que refletia o luxo que sempre a cercou e a crença de que o mundo lhe pertencia.
Surpreendido, o porteiro, um homem grisalho de modos educados, ao avistar os distintivos, murmurou: — A senhorita Chiara não mora mais aqui… — deixando evidente a inquietação em sua voz. — Mas ela é proprietária do lof