O relógio da delegacia marcava três horas da tarde quando Chiara foi conduzida à sala de interrogatórios.
O som de seus saltos, embora contido pelas algemas, ecoava pelo corredor como um lembrete incômodo de quem ela havia sido — e do quanto aquilo feria o seu orgulho.
O ambiente era frio, iluminado por uma luz branca que tornava o ar ainda mais pesado.
Ela se sentou à mesa metálica, o olhar altivo tentando disfarçar o medo que crescia por dentro.
Do outro lado, o delegado Lorenzo Fabbri a observava em silêncio, os dedos tamborilando sobre o relatório.
— Senhora Chiara Roupini De Itália — começou ele, em tom formal —, a senhora tem ciência da acusação que pesa sobre si?
Ela levantou o queixo, firme.
— Sei apenas que estão me difamando. Eu não cometi crime algum.
O delegado inclinou-se ligeiramente para frente.
— A senhora tem o direito de permanecer calada, e o direito de ser acompanhada por um advogado. Já entrou em conta