P.O.V VICTORIA
Minha mão trêmula faz um pequeno redemoinho no copo de água que Marcos me serve enquanto encaro o chão abaixo de mim, parecendo vibrar como em um terremoto de escala 4.0, e parece que a qualquer segundo vou cair do sofá.
— Ele não foi assaltado, Marcos...- balbucio.
— Não sei muito bem como aconteceu, as notícias ainda estão saindo, eu só sei que ele levou muitos tiros. O velório deve ser de caixão fechado.
— Foi o Heitor...- meus olhos enchem de lágrimas de pavor e culpa.
— O que? Como assim?
— Ele saiu daqui um tempo atrás, estava louco...- gesticulo aleatoriamente pelo ar.— Disse que eu iria pagar por ter saído com outro, por ter deixado tocarem no que era dele. Falou que o Bruno já tinha pago por ter cobiçado o que não lhe pertencia e para que eu tomasse cuidado porque eu poderia ser a próxima.
— Oh, meus Deus...- Solta ar contra sua mão que cobre a boca. — Você está falando sério? Victoria, então você corre perigo de verdade também.
— Sim... ele quer me matar,