Narrado por Henrique
Peguei a mão de Anita, sentindo a fina corrente de energia que sempre percorria nossa pele ao nos tocar, e a conduzi até o sofá. Fiz com que ela se sentasse, mas eu permaneci em pé. O espaço entre nós era necessário. Um campo minado de desejo que eu precisava navegar com cuidado.
— Senta aqui comigo — ela pediu, sua voz um fio de sugestão.
— Prefiro ficar em pé.
— Por quê?
Ela olhou para mim, confusa. Eu sou uma pessoa direta. As palavras são ferramentas, e as usei com precisão.
— Acredito que você ouviu o que eu disse para sua avó há pouco, não?
Ela baixou a cabeça, os cabelos escuros escondendo seu rosto por um instante.
— Sim — sussurrou.
— Me apaixonei em um tempo recorde, linda. Acredite, isso é muito novo para mim. Me apaixonar, me dedicar… ter uma devoção por alguém. — Fiz uma pausa, deixando as palavras ecoarem. — Mas apesar da devoção, não sou um santo, nem um homem de sangue frio. O sangue que corre nas minhas veias é quente como as lavas de um vulcão qua