61. Eu vejo você.
Connor
O calor da fogueira já não queimava tanto quanto as palavras ditas. Mesmo após o silêncio se instaurar, ninguém se levantou. Era como se todos esperassem algo mais, e ele sabia que era a hora.
O pai de Hoop permaneceu de pé. O rosto endurecido de um líder agora deixava transparecer a dor de um pai. Os olhos encontraram os dela, e não havia mais raiva, só arrependimento.
— Eu deveria ter te protegido — disse, por fim. A voz, agora mais baixa, carregava peso e verdade.
Todos se entreolharam, mas ninguém o interrompeu.
— Quando você fugiu… eu senti minha alma partir. Não pelo orgulho, não pelo título. Mas, porque percebi que te perdi. E percebi tarde demais que, por medo de te perder para o mundo, acabei te perdendo de mim mesmo.
Hoop manteve o olhar firme, mas vi sua garganta se mexer e apertar. O nó era pesado e visível para mim. Eu sentia a dor dela. O tipo de dor que não se explica… só se carrega.
— Eu te procurei assim que cheguei. Hand pode confirmar. — Ele continuou, a voz