62. Armadilha e Dor.
Hoop
Dois dias se passaram…
Eu senti um arrepio estranho naquela manhã. Como se algo me puxasse para longe do que me fazia bem. Connor estava distante, ocupado demais com reuniões e estratégias. Blanca, como sempre, tentava ser útil demais. Amável demais. Mas seus olhos nunca me enganaram. Por trás da doçura fingida, havia algo sombrio. Algo que me dava nojo.
— Você está pálida — ela comentou, me entregando um chá morno. — Deve descansar um pouco. Connor pediu para você esperá-lo no salão velho da estufa, daqui a trinta minutos. Disse querer te mostrar algo.
Assenti com um nó na garganta. O vínculo ainda me parecia confuso, mas meu coração teimava em querer acreditar nele.
Caminhei até o lugar indicado, com o coração descompassado. E foi ali… foi ali que tudo desabou.
A cena diante de mim destruiu qualquer esperança.
Connor estava… com Blanca. Os dois muito próximos. Ela segurava o rosto dele. E, então… ela o beijou.
— Não… — sussurrei, sentindo minhas pernas fraquejarem. O mundo gira