25. Ratinha assustada.
Hoop
— Acorde, escrava.
Acordo assustada, sendo molhada por uma água gelada.
— Meu senhor vai receber alguns aliados. Limpe-se e coloque essas roupas. Não esqueça de colocar o lenço, não queremos assustar os convidados.
O ar frio cortava minha pele quando me ajoelhei diante da pequena bacia improvisada. A água refletia o cinza do meu espírito, tremeluzindo como se zombasse de mim. Molhei a ponta dos dedos e senti o choque do gelo atravessar minha mão. Fechei os olhos por um segundo, tentando reunir coragem. Eu precisava me lavar. Precisava tentar, ao menos por alguns instantes, me sentir… uma pessoa de novo.
Molhei o pano áspero na água gelada e o passei pelos braços, pelos ombros feridos e pelo rosto manchado. O frio fazia minha pele arder, como se centenas de agulhas me perfurassem a carne, mas continuei. Eu precisava apagar o cheiro de sangue, de medo, de humilhação que parecia impregnado em mim desde que fora trazida à força para esta alcateia.
Quando terminei, com o corpo trêmulo