Enquanto balanço Marcello nos braços, tentando fazê-lo dormir, a lembrança me atravessa como um vento gelado. É inevitável. Vitor, naquele mesmo quarto… pouco antes de morrer.
Renata tinha sumido, e ele estava visivelmente nervoso:
— Não queria aborrecer você, mas reparou que não tem mais tempo pra mim?
Ele está impecável, de terno e gravata. Sempre tão preocupado em se mostrar digno para o pai. Me observa pelo espelho, ajustando a gravata.
— Giovanna! Dio Santo! Você não vê que Vincent está de volta? Que preciso provar ao meu pai que sou a melhor escolha? Então não me enche! Vai se arrumar! Aliás, arrume esse visual desleixado.
Respiro fundo, ferida.
— Nem que eu me vestisse como a Renata você me notaria. A mulher que tanto admira… não pense que não percebi o jeito que olha pra ela. E o Lorenzo é um tonto que confia tanto em você, que não enxerga a cobiça nos seus olhos.
Vitor para. Me encara. A testa franzida. Ele está decidindo se vai gritar ou minimizar.
— Construí uma vida boa pr