Oh, Lucas... que vergonha...
De repente, ele me afasta. Segura meu queixo com firmeza e força meu rosto a encará-lo. Seu aperto é duro, mas não machuca. Seus olhos, como tempestades prestes a desabar, mergulham nos meus.
— Que tipo de resposta é essa?
Não desvio o olhar. Quero que ele veja a verdade crua nos meus olhos, sem hesitação.
— Eu te amo. E resolvi que... devemos recomeçar do zero.
Lucas solta meu queixo devagar. Respira fundo e inclina-se para frente, colando sua testa na minha. Ficamos assim, respirando juntos, como se nossos corpos estivessem tentando se encontrar novamente no silêncio.
Ele se afasta apenas o suficiente para me encarar com seriedade.
— Isso significa que confiará em mim daqui por diante? Cegamente?
A palavra pesa. "Cegamente" é um salto no escuro, um risco. Mas naquele momento, entre o passado que me atormenta e o presente que pulsa diante de mim, percebo que nunca estarei pronta se não tentar. Meu coração bate acelerado e eu digo:
— Sim. Cegamente.
E antes que a dúvida tivesse tempo