O sol da tarde se inclinava preguiçoso sobre a fazenda, espalhando uma luz dourada que parecia descansar sobre cada folha, cada pedra, cada som. Depois da noite das estrelas e das confissões, tudo parecia mais leve.
Isabella acordara com o coração silenciosamente cheio, como se tivesse encontrado um novo compasso — aquele em que a vida e o sentimento começam a dançar juntos, mesmo que em segredo.
Rafael, por sua vez, trazia um sorriso disfarçado nos lábios desde o amanhecer. Trabalhava com mais vigor, assobiava melodias enquanto empilhava lenha, e até o velho chapéu surrado de Seu Anselmo
parecia cair melhor sobre sua cabeça.
Seu Anselmo, observando de longe, não dizia nada. Mas o olhar dele — sereno, sabedor — revelava que entendia mais do que deixava transparecer. Era o tipo de homem que percebia o que o amor faz quando chega: não precisa de barulho, só de presença.
No fim da manhã, Clara apareceu. Trazia uma cesta de pães e um vestido florido, o cabelo solto e a
voz alta demais par