Baby Cavalieri
Se tem uma coisa que aprendi nesse hospício disfarçado de império mafioso, é que o caos sempre vem com trilha sonora. E às vezes, ela soa como a risada de uma criança em um parque. Foi por isso que levei Carlo para fora. Porque nada diz “estabilidade” como um escorregador de plástico e crianças correndo sem rumo, ignorando que o mundo lá fora fede a sangue e pólvora.
Carlo estava particularmente inspirado. Corria como se tivesse acabado de descobrir que tinha pernas, e gritava o nome de cada formiga que encontrava. Eu observava de longe, com um copo de suco na mão e Ava ao meu lado, ambas fingindo que aquilo era normal.
Principalmente por que ninguém entendia o que ele falava ainda, e isso o deixava muito irritado.
— Ele é rápido — Ava comentou, semicerrando os olhos. — Igual à mãe. Sumiu em dois segundos.
— Que bom que não puxou o pai. Senão já teria explodido a caixa de areia por paranoia — murmurei.
Ela riu. Eu também.
O soldado tentava disfarçar o medo de que se pi