Vitória,
Ouço os passos do lado de fora, correndo, como se estivessem atrás de alguém. Quando tudo fica quieto, seguro na mão dele, que, mesmo sem eu olhar, eu sei quem é pelo seu perfume.
— Pronto, eles já foram. — Sua voz me acalma, e me viro aos poucos e olho para ele. — Eu disse que estava te vigiando, mas como pode ver, não é por maldade, e sim para te proteger.
— Eu vou até a casa dele hoje, Enrico, vou resolver essa questão.
— Ele pode te prender lá dentro. Você sabe disso, não sabe?
— Vai me buscar, caso ele o faça? — pergunto empinando o nariz, tipo provocando-o.
— Vou até o inferno atrás de você!
— Não vai tentar me impedir? Tô chocada.
— Depois que vi você de palhaço, sei que sabe se defender bem. Mas, você não pode ir sozinha, quero este presente de algum jeito.
— Eu...eu chamei o Karl para me ajudar.
— Tem falado com ele?
— Só uma vez. Não vai tentar mata-lo né? Ele vai me ajudar com o Kelvin.
— Eu tentei ligar para ele, mas ele não me atendeu. Depois que você se foi, dep