— Hm, assim é melhor. — Orson assentiu, satisfeito. — Já que da última vez nós dois rasgamos a máscara, por que agora fingir gentileza?
Enquanto falava, ele pegou o copo d'água à sua frente e o ergueu suavemente.
— Aposto que, neste momento, você está desejando a minha morte, né?
A voz de Orson era calma, e havia até um sorriso discreto em seus lábios. Mas as palavras que ele proferiu eram afiadas o suficiente para deixar qualquer um sem reação.
Zara hesitou por um instante, mas logo respondeu com um sorriso irônico:
— Exatamente. Pelo menos você é consciente.
— Hm, mas que pena… — Orson respondeu, claramente despreocupado, enquanto levantava o olhar e a encarava diretamente. — Porque, pelo que vejo, quem está mais próximo de desistir de tudo não sou eu.
Zara não conseguiu responder. Ela já havia enfrentado o tom frio e desdenhoso de Orson antes, especialmente nos jantares em Cidade A, onde cada taça de vinho parecia carregada de humilhação. Ela ainda se lembrava daqueles