A luz da fenda engoliu Lyria inteira.
Não havia peso.
Não havia som.
Não havia chão.
Só um vazio branco, tão silencioso que parecia machucar.
Ela tentou respirar — não conseguiu.
Tentou falar — nada saiu.
Tentou mover o corpo — estava suspensa, flutuando, como se estivesse presa num sonho que não era sonho.
Então veio o impacto.
Não físico.
Emocional.
Uma sensação familiar.
Uma presença.
Não Elyon.
Não Kael.
Não Eran.
A mãe.
Lyria abriu os olhos de uma vez.
E viu.
Um campo negro que parecia céu e chão ao mesmo tempo.
Estrelas quebradas flutuando como fragmentos de vidro.
Caminhos que se moviam sozinhos.
Portas suspensas no ar, sem parede alguma.
A Terra Entre Mundos.
O lugar proibido.
Aonde só um guardião já havia entrado.
A mãe dela.
Lyria caiu de joelhos, arfando.
O chão era firme, mas não sólido.
Parecia… memória condensada.
O medalhão no peito dela vibrava, respondendo ao ambiente.
— Onde… estou?
A resposta veio com o vento.
Uma voz feminina, suave, profunda — como se es