A paz em Silvermoor se tornara tão natural que parecia ter existido desde sempre. As crianças corriam livres, os humanos viviam em harmonia com os Lycans e os cantos noturnos substituíam os antigos uivos de guerra. Lia Ashford e Etan Kingsley tornaram-se ícones dessa nova era — ela, a Alfa da reconciliação; ele, o cantor humano cuja voz unira mundos.
Mas como qualquer melodia, até as mais belas chegam ao fim de uma estrofe. E às vezes, a pausa entre duas notas esconde o maior dos perigos.
Era uma noite morna de verão. A lua ainda não estava cheia — apenas uma meia esfera prateada pendurada no céu escuro. Etan decidiu caminhar sozinho pela trilha das margaridas. Tinha o hábito de colher flores para Melanie, sua filha, uma menina que herdara os olhos heterocromáticos da mãe e a sensibilidade artística do pai.
Enquanto colhia algumas flores, Etan cantarolava para si mesmo:
> “Se a noite chorar, que o amor seja abrigo,
Se o lobo temer, que a canção seja o amigo...”
Foi quando ouviu um far