Entre a Verdade e o Perdão
Lívia
Receber a mensagem de Heitor pedindo uma conversa cara a cara mexeu comigo mais do que eu gostaria de admitir. Ele não insistiu. Apenas disse: “Tenho algo importante para te mostrar. Quando estiver pronta, me diga o lugar.”
Demorei dois dias para responder. E quando respondi, foi com frieza calculada: “Hoje. Às 19h. Restaurante Alto do Jardim.”
Escolhi o lugar estrategicamente. Reservado, mas público. Bonito, mas discreto. Eu precisava de controle. E, principalmente, precisava ver nos olhos dele se tudo aquilo fazia sentido.
Usei um vestido sóbrio, azul-marinho, salto baixo. Nada provocante. Eu não queria seduzir. Queria entender. E me proteger.
Quando cheguei, ele já estava lá. Camisa branca dobrada nos punhos, blazer escuro e olhar tenso. Levantou assim que me viu, mas não se aproximou. Eu me sentei com um leve aceno, e ele fez o mesmo.
— Obrigado por vir — disse ele, a voz baixa.
— Você disse que tinha algo importante. Estou ouvindo — respon