O Tiro Pela Culatra
Lívia
Voltei ao meu prédio com passos firmes, o vestido ajustado perfeitamente ao corpo e a sensação de poder e prazer misturados sob a pele. Subi para o andar da diretoria com o mesmo sorrisinho no rosto que Heitor deixava sempre que me despedia dele. A calcinha rasgada, guardada na bolsa, era quase um troféu daquele início de tarde.
Assim que entrei na minha sala, encontrei Cecília encostada na minha mesa, de braços cruzados e um sorriso provocador.
— Já ia te mandar mensagem... Está radiante, diretora. Aconteceu alguma reunião extraordinária?
— Você nem imagina — respondi, deixando a bolsa sobre a poltrona.
Ela se aproximou, pegando o tablet com movimentos suaves, mas o olhar atento. Cecília sabia ler meus silêncios como ninguém.
— E se eu te disser que ouvi algo nos corredores? Que seu nome está circulando em um e-mail anônimo que chegou para o compliance?
Arqueei a sobrancelha, sem perder o sorriso.
— Estão tentando me envolver em algo?
Cecília assen