Capítulo 34 – Promessas Silenciosas
Heitor
Busquei Lívia no trabalho no final do expediente para dormirmos no meu apartamento... No dia seguinte.
Acordei com um cheiro bom. Não era só o café... era ela. Tinha algo no ar que me fazia querer manter os olhos fechados por mais tempo, como se abrir significasse perder alguma coisa. Mas o lençol estava frio ao meu lado. Ela já não estava ali.
Abri os olhos devagar e tudo ainda parecia carregado do que fomos na noite anterior. O quarto, com a luz filtrada pelas cortinas, guardava um silêncio cúmplice, como se soubesse que algo novo começava ali — mesmo que ninguém tivesse coragem de dizer em voz alta.
Meu corpo ainda estava pesado, mas a mente... a mente já a procurava. O travesseiro tinha o cheiro do cabelo dela. A cama, o calor do corpo. A lembrança do que vivemos era tão viva que quase parecia um delírio.
Me espreguicei e ouvi um som vindo da cozinha. Um som suave, quase etéreo. Não precisei ver para saber que era ela. Me levantei devagar