Entre Confissões e Ruídos
A porta do café se fechou após Cecília sair, deixando para trás o aroma suave de lavanda misturado com a tensão crescente entre os dois. Heitor e Lívia se entreolharam por longos segundos, como se estivessem calculando cada movimento, cada palavra. A brisa suave que entrava pelas janelas abertas parecia o único alívio num espaço tão carregado de sentimentos represados.
Lívia apoiou os cotovelos sobre a mesa e cruzou os dedos. O olhar firme, mas cansado. O silêncio entre eles não era vazio, era cheio demais. Carregado de tudo que não foi dito, de tudo que ficou atravessado desde a última vez.
— Pode começar, Heitor. Sei que tem coisas para dizer — ela murmurou, rompendo a tensão.
Ele respirou fundo, ajeitou-se na cadeira e encarou o rosto dela com uma expressão mais sincera do que costumava permitir.
— Quando você saiu da minha vida, não foi só a gerente que perdi. Foi o meu norte. Você tinha se tornado parte da minha rotina, da minha estratégia, da