Um Jogo Mais Perigoso
Naquela manhã, o clima em São Paulo parecia conspirar com os sentimentos de Heitor. O céu estava nublado, o ar pesado, como se a cidade inteira estivesse prestes a desabar em uma tempestade. Ele entrou no carro sem rumo definido. Precisava sair do escritório, respirar, afastar-se dos relatórios, dos acionistas e, principalmente, dos próprios pensamentos.
Dirigiu por mais de uma hora. Pela marginal, depois atravessou a Avenida Paulista, entrou por ruas menores, passou por lugares que conhecia e outros que não via desde a juventude. Queria se perder. Mas a única coisa que ocupava sua mente era ela.
Sem pensar muito, estacionou diante de um pequeno prédio comercial discreto em Moema. Desceu, atravessou a calçada com passos firmes e entrou em um café. Era ali que ele e Lívia haviam almoçado pela primeira vez depois de uma reunião, ainda nos primeiros meses de negociação. Um lugar sem luxo, mas com charme e memória.
Sentou-se na mesma mesa do canto ficou ali p