Furacões Noturnos
Heitor
Passei a noite inteira lutando contra meus próprios pensamentos. O travesseiro era um campo de batalha onde nenhuma posição era confortável o suficiente para afastar o nome dela da minha cabeça. Cada vez que fechava os olhos, ela voltava. Mais viva, mais presente, mais minha — mesmo sem ser.
Era ridículo. Eu, um CEO acostumado a lidar com crises que desabam impérios, não conseguia lidar com uma mulher.
Mas não era qualquer mulher. Era ela.
Lívia estava em tudo.
No amargor do café que parecia mais intenso depois que ela sumiu da minha rotina. No som do relógio de parede que marcava as horas do meu vazio. No cheiro do lençol que, mesmo lavado, parecia ainda guardar o perfume dela. E, acima de tudo, ela habitava meus sonhos — como um vendaval noturno que me deixava acordado, suando, com o peito acelerado.
O jeito como ela mordia o lábio inferior enquanto lia atentamente um relatório. O olhar firme e desafiador que não abaixava diante do meu poder. As mãos — aquel