113-1. A resposta do CEO
O relógio da sala executiva marcava 18h17 quando Rafael Arantes fechou a última janela de reunião no notebook e, por um instante, apenas encarou o reflexo da cidade nos vidros do edifício. A luz alaranjada do fim do dia atravessava os painéis, pintando de sombras longas os móveis do lounge.
Ele estava sozinho, como tantas vezes ultimamente. Desde que assumira a presidência interina da CorpBrasil, o tempo havia se transformado em uma sequência de decisões rápidas e olhos sobre seus ombros. Mas aquela tarde trouxe algo diferente: a cópia de uma carta que agora repousava em sua mesa, com letras duras e assinatura em azul.
Carla Monteiro. Nome conhecido. Discreta, eficiente, mas… politicamente motivada. Rafael leu o documento pela terceira vez, com a mandíbula travada.
“…possível uso indevido de proximidade com a liderança… influenciar decisões em benefício próprio… relações pessoais atravessando os limites éticos do cargo…”
Ele deixou o papel sobre a mesa e esfregou o rosto. Era um g