Isabella sempre acreditou que levava uma vida comum, até descobrir que é filha do subchefe da máfia nova-iorquina. Quando seu avô materno, o impiedoso chefe da máfia russa, inicia uma caçada implacável contra sua mãe, ela e sua família são forçadas a fugir para salvar suas vidas. Viktor foi moldado pela brutalidade do submundo. Criado dentro da máfia russa, tornou-se o capitão mais letal do exército de seu chefe, um homem temido e respeitado por todos. Para ele, o amor sempre foi uma fraqueza,um luxo que não poderia se permitir. Mas em uma manhã inesperada, os caminhos de Isabella e Viktor se cruzam. O encontro deveria ser apenas um acaso, mas o destino parece determinado a entrelaçar suas vidas. Entre lealdades divididas, perigos iminentes e uma atração irresistível, eles terão que decidir se desafiar o mundo do crime vale o preço de um amor proibido.
Ler maisIsabella 1 ano depois — Amor, corre! Você vai perder! — grito, rindo e nervosa ao mesmo tempo, com o coração batendo acelerado. — Tô indo, amor! Segura elas aí! Só fui pegar a câmera! As meninas, com 1 ano e 1 mês, estão a segundos de dar os primeiros passos sozinhas. Eu já consigo sentir as lágrimas nos olhos só de pensar nisso. Viktor chega esbaforido, já com o celular apontado gravando,com aquele sorriso bobo que só ele tem. — Vem, minhas princesas… vem com o papai! — ele se abaixa, com os braços abertos, os olhos brilhando de ansiedade. E então… acontece. As duas, entre risadinhas e gritinhos, uma balbuciando “papa” e a outra “mama”, se lançam no mundo com cinco passinhos trêmulos. Sozinhas. Lindas. Corajosas. — Isso aiiiii, minhas meninas! — grito, gargalhando enquanto choro. Eu sou só emoção agora. Um mar de felicidade. Viktor as pega no colo no mesmo segundo em que chegam até ele, girando com elas nos braços. A sala explode de risadas e gritinhos. Valentina e Viktoria
VIKTORFicamos uma semana no hospital. Longa e Intensa. Mas agora estamos voltando pra casa com nossas filhas nos braços. Só de pensar nisso, me dá um nó na garganta.Meus pesadelos diários,aqueles onde eu repetia os erros do meu pai,foram enterrados no momento em que Valentina e Viktoria olharam pra mim pela primeira vez. Eu nunca, nunca vou machucar esses anjinhos. Elas são tudo o que eu tenho de mais puro.Minhas filhas são gêmeas idênticas. Mesmo rosto, mesmo choro, mesma carinha de bolacha. Tivemos até que por pulseirinhas com seus nomes para identificar elas. Óbvio,que para os outros. Porque eu e Isabella sabemos. É mais pela intuição,do que pela aparência. Viktoria é um pouco menor, mas seus pulmões são excelentes,faz um escândalo que parece que tão matando. Valentina, ao contrário, é totalmente na paz. Desde que esteja colada na mãe, tá tudo certo. Viktoria é mais minha. Se acalma só de ouvir minha voz. E quando olha pra mim, eu juro… parece que me reconhece imediatamente.Tô
ISABELLA Meses depoisJá é começo de outubro. Estou nos meus gloriosos e torturantes,oito meses de gestação. Mais um centímetro que essa barriga crescer, eu honestamente explodo. Valentina e Viktoria estão gigantes… e absolutamente incansáveis. Me chutam o tempo todo. Cada pancada na costela é um sopro de ar que falta, uma lágrima que escapa e um gemido que mal consigo esconder.Viktor está um passo de ser internado como louco. Trabalhando de casa, mas corre até mim como um foguete sempre que faço o mínimo “ai”. Nem sei como ele consegue focar em qualquer coisa com esse estado de alerta constante.Maurício e Marcello também não me largam. Viraram meus mordomos particulares desde que a médica decretou repouso absoluto,e com razão. Semana passada tive um sangramento. Segundo a doutora, foi estresse. Resultado: fui afastada e substituída por Yan, que está se saindo muito bem. Para minha surpresa,melhor que seu pai.Desde então, Viktor só sai de casa se for absolutamente necessário, e ai
VIKTORA votação foi unânime. Pavel agora faz parte do conselho da máfia russa. Todas as ordens de Ivan são lei, e meu papel é guia-lo nas decisões e garantir que elas sejam seguidas. O conselho, porém, serve como o “freio da diversão”, como eu e meus irmãos chamamos, uma tentativa falha de manter a Rússia dentro dos limites do caos.Deixei minha esposa em casa terminando de montar o quarto das meninas. Participei de tudo, claro, mas agora ela tá decidindo se o cobertor de bolinhas ou o de ursinhos é mais quentinho pro inverno. Isso é trabalho pro Mauricio, o médico e babá não-remunerado das nossas filhas. Marcello também ficou pra ajudar com as coisas no alto das prateleiras. Eu ainda morro de ciúmes da minha mulher com esses dois, mas sei que não oferecem perigo. Agora, o babaca do Joshua… esse desgraçado aparece com a desculpa de “visitar” minha esposa e não tira os olhos dela. Se diz irmão, mas olha como se quisesse arrancar a roupa dela com o olhar. Filho da puta.Chego na empres
ISABELLAA entrada do condomínio me engole com lembranças amargas. “Isabella, não deixe que o medo te paralise.” Ouço a voz da minha terapeuta ecoando na mente, como um mantra. Sinto Viktor apertar minha mão, transmitindo força silenciosamente. Olho para ele,meu marido, meu porto seguro. Me observa como se pudesse enxergar até minha alma. Sei que, se dependesse dele, ainda estaríamos em Nova York. Mas não podemos fugir para sempre.Temos deveres. Responsabilidades com nossa família... e com a máfia russa.A dor ainda mora em mim. Nosso pátio, nossa casa, aquele dia... foi cruel. Mas fugir não vai me curar. Eu repito mentalmente o que aprendi: encarar a dor é o único caminho.— Está pronta, minha vida? — ele pergunta, tentando esconder a preocupação no olhar.— Sim. Podemos entrar — respondo, firme, mesmo que por dentro eu ainda vacile.Marcello respira fundo e dirige condomínio adentro. Maurício está tenso ao meu lado, ele também tem fantasmas desse lugar. Foi ele quem me protegeu naq
Viktor— Viktor, tá na hora de você voltar. — Ivan diz, sério, cortando o silêncio com sua voz firme. — Minha sobrinha já está melhor. Precisamos de você aqui.— Escócia tá sob controle... por enquanto. — Nikita assume, com aquele tom desconfiado de sempre. — Mas não confiamos nem um pouco no novo chefe. Ele tá se fazendo de aliado, mas é igualzinho o resto: cobra venenosa. Como a Isabella sempre diz.— Duncan é sobrinho daquele monstro. Diz que odeia toda a família, que quer mudança... Mas eu só acredito vendo. — falo, seco, lembrando das palavras dele na videoconferência. Palavras bonitas, cheias de promessas, mas vazias até que se provem reais.— Exato! Então, irmão... vai ter coragem de dizer que vocês precisam voltar ou quer que eu mande umas fraldas e lenços umedecidos pra você não se borrar todo? — Nikita provoca, rindo.— Nossa, que prestativo. Vou seguir seu exemplo e te mandar umas pomadas pra assadura. Deve estar todo esfolado. — rebato, sério, mas com aquele veneno na voz.
Último capítulo