Quando Cora se apaixonou por Fellipe, ela achou que ele fosse diferente dos outros, mas ele provou que pensava errado. Sem entender o que poderia ter acontecido, ela se vê em uma situação complicada. Está grávida e sem memória de seu passado. Ela não lembrava que Fellipe a havia enxotado de sua vida de uma forma feia e cruel, sem lhe dar chance sequer de se defender. Apenas a abandonou sem levar em consideração tudo o que sentia por ele. Tempos depois, Fellipe descobre que ela espera um filho e vê aí a chance de se vingar dela por ter traído sua confiança de um modo tão descarado como ela havia feito. A levaria para sua ilha particular e a deixaria aí até que seu filho nascesse, para depois a mandar embora e lhe tomar a criança, que ele nunca deixaria ser criada por ela. Uma mulher que ele achava ser mentirosa e traidora. Lhe contaria uma mentira também, a deixaria ficar durante a gravidez esperando que ele fosse mesmo se casar com ela e depois seria sua vingança final e Cora não poderia reclamar de nada, nem poderia brigar com ele pela guarda da criança. Esse seria seu castigo por tê-lo traído. Ele só não imaginava que havia muito mais por trás de tudo o que aconteceu.
Leer másParte 1...
O dia estava muito bonito.
O sol brilhava forte, o vento soprava gostoso balançando seu cabelo e as pessoas estavam animadas e sorridentes, passando ao seu lado pelo calcadão na praia.O problema era ela.Não estava em condições de prestar atenção em tudo o que estava à sua volta. Menos ainda na linda água azul do mar à sua frente. Andava olhando para o chão, a cabeça baixa, os lábios apertados em uma linha fina.Estava preocupada.Muito preocupada.Tinha conseguido enrolar o guarda-costas e se afastara do centro médico pelo fundo do prédio, pegando um táxi na rua de trás. Seu coração estava acelerado quando fez isso, mas precisava ficar sozinha.Depois de se sentir enjoada por três dias seguidos e uma leve tontura pela manhã, ela decidiu que seria bom ir até um médico, mas não queria que Fellipe soubesse.Acabou inventando uma mentira para ele e disse que iria sair para fazer compras e se desse tempo, iria até um médico para pedir outra receita para seu anticoncepcional.Ela usava um anticoncepcional injetável a cada três meses, mas precisava de receita médica para a compra, porque era estrangeira. Foi a desculpa ideal para ir ao centro médico.E agora estava com o resultado nas mãos.Estava grávida de doze semanas. Suas mãos tremiam diante dessa notícia, o papel parecia que não era real, mas ela sabia que sim. Mesmo se cuidando, acabara ficando grávida e com certeza era algo que não sabia como revelar para Fellipe.Eles não tinham falado sobre ter filhos, mas nunca houve também uma ideia, mesmo que por longe, que fosse uma coisa que ele desejaria. Ela mesma não tinha vontade de ser mãe antes de estar com sua vida organizada e dentro do que queria. De preferência com um marido ao seu lado.O médico havia lhe dito que muitas vezes quando a mulher está muito estressada ou por acaso com alguma doença, pode acontecer de cortar o efeito do anticoncepcional.É o que ela achava que havia acontecido. Durante uma viagem acabou pegando uma gripe muito forte que a deixou de cama por quase três semanas. Foram tantos os medicamentos que usou por causa da febre e da garganta muito afetada, que o médico acredita que tenha sido um fator que contribuiu para cortar o efeito da injeção.E agora ela seria mãe.Seu coração batia forte e suas mãos tremiam. Viu um banco mais adiante e apressou o passo, sentando rápido. Balançava a perna agitada, pensando em como iria contar isso para Fellipe.Ela tinha que voltar para a cobertura que dividia com ele antes que chegasse da reunião que tinha ido, em outra cidade há algumas horas de distância. Poderia tomar um banho e tentar relaxar, procurando o melhor modo de revelar sua descoberta.Não tinha certeza de como ele iria reagir a essa notícia, mas é claro que depois da surpresa, ele iria gostar também, assim como ela.Depois do susto inicial, sua mente já viajou para a frente, pensando no seu filho ou filha que viria por aí. Teria que mudar muitas coisas, mas depois acabaria pegando o jeito.Toda mãe de primeira viagem fica nervosa. É normal.Com certeza Taurus deveria estar nervoso após perceber que ela tinha sumido da clínica. O problema seria ele contar a Fellipe que ela tinha sumido debaixo de seu nariz.Só de pensar em ter uma família com Fellipe seu coração batia mais forte ainda dentro do peito. Eles eram muito bons juntos.Desde o começo tinha sido uma atração muito forte que os fez grudar um no outro. E Fellipe a exigia muito, sempre querendo sua atenção, estar com ela, conversar.Eles faziam amor de várias formas. Fellipe era um amante maravilhoso. Na verdade, o único que ela conhecia, afinal, ela era virgem quando foi para a cama com ele, completamente encantada com seu charme.Tinha que voltar, deixar de ser covarde e falar com ele. Estava usando suas roupas normais, simples, que usava apenas quando não estava com ele.Fellipe sempre a queria vestida com roupas bonitas, da moda, atuais e de marcas caras. Sempre lhe dava presentes, mesmo quando apenas saía para trabalhar e voltava com algum gesto de carinho. O que mais gostava era de ganhar flores e ele sabia disso, por isso lhe dava rosas o tempo todo.Como não se apaixonar por um homem desse?Viu um casal que passou por perto carregando um menino sorridente no colo. Andavam de mãos dadas. Era isso que ela queria.Criou coragem e levantou, andando apressada até um ponto de táxi e voltou para o apartamento. Entrou depressa no prédio e o porteiro sempre educado fez um gesto com a cabeça.Com certeza notou que ela chegou sozinha, sem seu guarda-costa, como sempre fazia quando Fellipe estava fora, porém nada comentou, só foi educado e segurou a porta do elevador para que entrasse.Ela subiu sentindo um frio na barriga e colocou a mão em cima, sabendo que ainda iria demorar um pouco para se mostrar, mas que logo estaria redonda, carregando seu filho com Fellipe.Sentiu uma emoção que era nova para ela e não sabia explicar, mas era boa demais. Esperava que ele sentisse o mesmo.Abriu a porta da cobertura, sentou no pequeno sofá do hall e retirou os sapatos. Deixou a bolsa pendurada no cabide ao lado da porta e foi para a cozinha, beber água.Queria tomar um banho e tentar relxar um pouco a mente antes dele chegar e ela criar coragem de começar o assunto.Engraçado que apenas a cinco dias atrás, ela tinha dito que gostava muito da vida dela com ele. Estavam conversando deitados no sofá grande da sala após terem feito amor e ele puxou o assunto.Realmente ela se sentia feliz ao lado dele. Fellipe era um homem incrível, com qualidades e defeitos, mas que juntas o completavam e faziam dele o homem que ela queria para sua vida.Estavam juntos há oito meses e cada dia era tão bom quanto o anterior. Uma coisa que não havia entre eles era tédio ou monotonia.Parte 2...O importante é que ela entendesse realmente que ele a amava de verdade e que nunca mais cairia em outro erro nem de longe parecido com o que houve. Que estaria bem e segura ao seu lado.Fellipe queria formar uma família grande e tinha sido fácil transformar a casa da ilha em sua residência oficial. Foi só melhorar o acesso de internet e reformular o escritório e passou a trabalhar de lá. Saía apenas quando necessário, reuniões ou viagens. De resto tudo podia ser comandado da ilha e seus irmãos dividiram as responsabilidades em partes maiores durante o nascimento de seu filho.Alexandre chegou em um fim de tarde com um pôr do sol perfeito. A equipe médica estava pronta, esperando apenas o momento dele. Cora estava nervosa, mas ele estava muito mais e quando ouviu o choro do filho ficou emocionado e chorou como se ele fosse o bebê.Segurou a mão dela o tempo todo durante o parto e quando a enfermeira lhe entregou Alexandre nos braços, ele se sentiu o homem mais feliz do mundo
Parte 1...Fellipe esperou, apesar de sua ansiedade estar quase o dominando. Robin lhe disse que deixasse que Cora viesse até ele, assim saberia que estava disposta a conversar e que não forçasse para que ela não se fechasse novamente. Que lhe desse tempo.Ele ficou na sala de tevê, bebendo enquanto olhava o relógio de tempo em tempo, sentindo a pressão de não saber o que fazer.Tudo o que ele queria era que Cora o aceitasse de volta, mas ela nem mesmo o deixava tocá-la. Isso o deixava triste e com raiva, mas era natural esperar tal comportamento.O tempo passou e ele acabou dormindo todo torto na poltrona e o copo escorregou de sua mão, caindo no tapete e derramando a bebida. Só acordou quando sentiu o toque calmo de Cora em sua mão.— Cora...- se ajeitou esfregando o rosto — Está bem?— Sim, estou. Vim falar com você - andou até a outra poltrona.— Eu não quis te incomodar mais, você estava com ódio de mim.— Estava mesmo- sentou-se — Mas eu não quero ficar presa a isso, já sofri mu
Parte 5...Quando ele saiu, Cora voltou a sentar na cama, tentando absorver tudo o que ele havia lhe revelado, inclusive seu tal amor por ela.De novo se sentia perdida como quando acordou no quarto do hospital, sem saber de nada. Foi uma sensação horrível e agora estava com o mesmo sentimento e dúvidas.O que fazer, para onde ir?Ela poderia continuar e voltar ao seu país, mas teria uma luta grande pela frente. Fellipe não iria aceitar que afastasse o filho dele e com certeza os poucos familiares que tinha, não lhe dariam apoio.Agora conseguia recordar que sua família era grande, porém não eram unidos. Cada um tinha sua vida e não se importavam com a vida do outro, viviam separados, se encontrando em poucas ocasiões.Ela nunca se sentiu realmente parte da família e por isso não teve nenhum problema em viajar para começar outra vida em outro lugar. Só não esperava conhecer Fellipe.E tudo mudou. Literalmente.— Meu Deus, o que eu devo fazer?Abaixou a cabeça segurando o rosto entre a
Parte 4...Quando Cora ouviu a batida na porta, nem se deu ao trabalho de responder. Apenas continuou separando algumas coisas para levar com ela. De resto não sabia onde estavam seus documentos. Precisaria pedir a Fellipe.— O que está fazendo?Ela se virou e viu Eros, parado à porta do closet.— O que lhe parece? Tenho que ir embora - se virou e continuou a separar as roupas — Preciso dos meus documentos e estão com seu irmão. E como não sou daqui, quero também meu passaporte. Quero tudo o que for meu para que eu possa voltar ao meu país.— Você não pode ir, Cora - se aproximou — O filho é de Fellipe também e ele não vai deixar que leve-o embora.— Bem, eu preciso ir e como o bebê está dentro de mim, acho que vai ser difícil que ele fique com a criança.— Cora, sei que está aborrecida- ela riu — Magoada... E tem toda razão. Eu peço desculpas de novo por meu comportamento e pelo de Alezandro. Nós erramos muito em julgar você sem provas.— Não se preocupe com isso. Em breve não vai pr
Parte 3...— Sabe que só hoje de manhã eu me toquei de que você sempre esteve ao meu lado, me avisando - esticou a mão e tocou o rosto dela.— Eu sempre gostei de trabalhar aqui, Fellipe. Só quero o seu bem e o da empresa.— E é só isso o que você quer? - jogou charme.Ela respirou fundo e abriu um sorriso.— Na verdade o que eu quero é você - soltou.— Quer mesmo? - ela fez que sim — E o que faria por mim?— Tudo - disse depressa — Qualquer coisa.— Qualquer coisa? - engoliu em seco — Até mesmo afastar Cora de mim? - ela arregalou os olhos — Eu só entendi agora o que você fez, Miranda e me senti feliz em ver o quanto gosta de mim.— Está falando sério? - se surpreendeu.— Foi você quem roubou os projetos e culpou Cora, não foi? - ela recuou e ele segurou seu braço — Não se preocupe - sorriu — Eu fiquei com raiva por causa dos projetos, mas depois eu entendi tudo.— Entendeu?— Claro, essa foi a melhor forma de que eu a expulsasse de minha vida e você estava certa. Ela não é como você
Parte 2...— Meu Deus, isso é horrível, irmão. Ela deve estar realmente muito fragilizada agora - apertou os lábios pensando — Eu não creio que ela tenha feito isso, não diante do que estamos vendo agora. Nesse momento Robin apareceu na sala onde estavam. Finalmente pode revelar o que fazia. Eros ficou chocado.— Então, você na verdade é uma detetive?— Exato - sorriu — Seu irmão acertou com o chefe de polícia que cuida do caso, para haver uma investigação em vários níveis. Eu trabalho em conjunto com eles e trocamos informações - cruzou os braços — E também tenho mesmo curso de enfermagem, o que facilitou para que eu fosse chamada para esse caso - fez uma cara pensativa e suspirou — E tudo o que descobri, junto com a equipe da polícia, nos leva a crer que quem fez tudo isso foi...— Miranda!O irmão o olhou fazendo uma careta perplexa.— Sim. Como pensou nela?— Estava ao lado da porta, ouvindo sua conversa - esfregou o rosto — Ela tinha como fazer isso e podia fazer.— Então ela te
Último capítulo