Parte 2 - A confisão de Pedro
Pedro voltou à poltrona onde estivera sentado anteriormente. O couro frio parecia não combinar com o calor que fervia em seu peito. Respirou fundo, como quem mergulha antes de enfrentar uma correnteza, e olhou para Isabela com olhos marejados.
— Isabela… — começou, com a voz trêmula. — Sei que nossos sete anos de casamento não foram nem de longe o mar de rosas que você merecia. Fui leviano com você durante todos esses anos. Te acusei injustamente, te feri com palavras e silêncios. E hoje, pela primeira vez, eu preciso te contar a verdade — ele engoliu seco — sobre tudo.
Isabela cruzou os braços, o olhar fixo, como quem se prepara para ouvir algo que pode mudar tudo.
— Aquela noite… aquela noite que eu sempre disse ter sido um erro, uma bebedeira… não foi. Eu não estava bêbado como te fiz acreditar. Eu queria você. Eu sempre quis você. Desde o tempo do colégio, eu te admirava, me apaixonava em silêncio. Mas eu era covarde demais para dizer. E continuei sen