Parte 2 - A Conversa com Isabela
Pedro permaneceu por alguns minutos no escritório, ainda com o envelope pardo em mãos. A carta de Isabela parecia pulsar em sua memória como uma ferida recém-aberta. Ele havia lido e relido cada linha, cada palavra, tentando absorver o peso daquelas verdades que por tanto tempo ele se recusou a enxergar. A aliança, agora repousando sobre a mesa, era o símbolo de tudo o que ele havia perdido — não por acaso, mas por escolha. Por negligência. Por egoísmo.
Respirou fundo, fechou os olhos e tentou organizar os pensamentos. Sabia que não podia mais adiar. Precisava conversar com Isabela. Precisava abrir o coração, mesmo que isso significasse ouvir o que ele mais temia: que ela já não o amava.
Ao entrar no quarto, encontrou Isabela ainda dormindo. O rosto dela estava sereno, apesar do suor que escorria pela testa e pescoço. O médico havia alertado que isso era normal, consequência do quadro infeccioso e da febre alta. Pedro se aproximou devagar, sentou-se na